Anos atrás, o Brasil era motivo de satisfação para multinacionais instaladas no país; mas em 2013, as filiais brasileiras decepcionaram
Linha de montagem da ABB: as receitas da filial caíram 44% no segundo trimestre
Londres - O impacto da desaceleração da economia brasileira já atravessou o Oceano Atlântico. Ao longo das últimas semanas, diversas multinacionais europeias publicaram balanços que revelaram o efeito negativo do quadro macroeconômico no Brasil.
Aos analistas e investidores, executivos explicam que a atividade mais lenta diminuiu as vendas e afetou o resultado. Para piorar, a desvalorização do real reduz ainda mais o lucro quando o valor é convertido para o euro. Resultado: filiais brasileiras decepcionaram.
Anos atrás, o Brasil era motivo de satisfação para multinacionais instaladas no País. Com o boom das commodities e o forte crescimento da demanda interna, resultados vistosos chamaram a atenção do mundo. O quadro, porém, parece que mudou: agora, balanços mostram deterioração do desempenho das filiais brasileiras e executivos precisam se explicar aos acionistas.
O fenômeno foi visto em diversas companhias europeias, de fabricantes de produtos químicos a montadoras, passando por bancos, operadoras de telefonia e fabricantes de máquinas e equipamentos.
O Brasil teve um resultado mais fraco que o esperado diante de uma surpresa com as dificuldades na economia, disse o presidente da suíça ABB, Joe Hogan, em teleconferência com investidores no fim de julho.
No balanço, o motivo da frustração era evidente: as receitas da filial caíram 44% no segundo trimestre na comparação com igual período de 2012. Com isso, o Brasil derrubou o resultado da ABB nas Américas, que caiu 6% no período.
Enquanto o Brasil frustrou expectativas, as demais filiais da região avançaram: a unidade da ABB nos Estados Unidos registrou pequena alta de 1% nas vendas e o México teve um salto de 73% no faturamento - o maior aumento entre todas as filiais.
"Temos boas oportunidades no setor da construção e na distribuição de energia nos EUA, disse Hogan, ao mostrar que a multinacional aposta mais fichas no norte do continente.
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