Inflação
Uma das maiores preocupações em relação à valorização da moeda é a inflação. Nos últimos 12 meses encerrados em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial medida pelo IBGE, foi de 6,27%, abaixo dos 6,7% registrados no período anterior, porém acima do centro da meta.
Uma das maiores preocupações em relação à valorização da moeda é a inflação. Nos últimos 12 meses encerrados em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial medida pelo IBGE, foi de 6,27%, abaixo dos 6,7% registrados no período anterior, porém acima do centro da meta.
Desde
1999, o Brasil trabalha com um sistema de metas de inflação anual. O centro da
meta para 2013, estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4,5% , mas
o BC admite, ainda dentro da meta, uma variação de dois pontos percentuais para
cima e para baixo.
'Com o
dólar apreciado, os produtos importados ficam mais caros. Em paralelo, em
alguns casos, a exportação passa a se tornar mais atraente para o produtor, que
passa a vender para outros países (pois ele passa a receber mais reais pelo mesmo
produto vendido ao exterior em dólar). A menor oferta (no mercado interno)
tende a elevar o preço nas prateleiras', diz Márcio Salvato, professor de
economia do Ibmec-MG.
Segundo o
IBGE, os reflexos da alta do dólar ainda não puderam ser observados claramente
na inflação do mês passado.
No
entanto, o preço do pão francês, cuja matéria-prima, o trigo, é importada em
sua maioria, saiu de uma deflação de 0,05% para uma alta de 0,68% de junho para
julho.
O mesmo
aconteceu com a farinha de trigo, que passou de 0,76% para 1,33% no período.
No grupo
excursões, que inclui as viagens, o aumento da inflação foi de 6,49% em julho,
frente a uma variação de 0,49% no mês anterior, influenciado por uma alta do
preço das passagens aéreas e tarifas de ônibus.
Viagens
internacionais
O dólar mais alto tende a frear os gastos brasileiros no exterior que, no primeiro semestre deste ano, somaram US$ 12,3 bilhões (R$ 28 bilhões), recorde para o período.
O dólar mais alto tende a frear os gastos brasileiros no exterior que, no primeiro semestre deste ano, somaram US$ 12,3 bilhões (R$ 28 bilhões), recorde para o período.
Em julho
deste ano, dados do BC já apontam queda, apesar de pequena, nas despesas
internacionais com cartão de crédito, na comparação com o mês anterior.
Mas
especialistas advertem que embora o dólar mais alto possa reduzir os gastos com
compras, não necessariamente diminuirá a disposição do brasileiro de viajar
para fora do país.
'Disso
dependerão outros fatores, como o turismo doméstico. O problema é que os preços
no Brasil são proibitivos e até maiores do que os de fora', afirma Alessandra
Ribeiro, economista da Tendências Consultoria.
Balança
comercial
Em linhas gerais, a alta do dólar prejudica as importações, ao passo que beneficia as exportações.
Em linhas gerais, a alta do dólar prejudica as importações, ao passo que beneficia as exportações.
Na
avaliação dos economistas, o impacto será negativo na balança comercial
(registro do que país vende e compra do exterior), que registra as importações
e as exportações do país.
No
acumulado do ano, o saldo está negativo em US$ 5 bilhões, um recorde histórico.
'Grande
parte do deficit [saldo negativo] em nossa balança comercial se deve às
importações de combustíveis pela Petrobras. A perspectiva de alta nos preços do
petróleo pode piorar ainda mais essa situação', diz Ribeiro, da Tendências
Consultoria.
Do lado
das exportações, os economistas afirmam, por outro lado, que ainda é cedo para
avaliar o impacto positivo da alta da moeda americana, especialmente para a
indústria.
'Há
muitas empresas que precisam importar componentes para depois vender seus
produtos para o exterior', afirma Salvato, do Ibmec-MG.
Para
Ribeiro, da Tendências consultoria, o benefício obtido pelo exportador com a
valorização do dólar pode não se refletir em um aumento das vendas.
'Pode
haver um ganho nominal de renda, devido à valorização do dólar ante ao real,
mas isso não significa que as vendas de fato vão aumentar', explicou.
'Além
disso, a demanda mundial está fraca e os produtos brasileiros, mesmo com o real
mais barato, ainda são menos competitivos do que os de muitos outros países
emergentes', concluiu.
Do http://g1.globo.com/economia - BBC BRASIL- em 12/08/2013 06h10
Do http://g1.globo.com/economia - BBC BRASIL- em 12/08/2013 06h10
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