A falta de confiança faz os empresários deixarem de investir e os
consumidores pouparem, o que prejudica ainda mais as expectativas de
crescimento futuro
Luiz Guilherme Gerbelli, do Estadão
Marcos Santos/USP Imagens
Carteira de Trabalho sobre anúncios
de empregos: para o consumidor, pesou mais a inflação elevada e uma preocupação
com o crescimento do desemprego
São Paulo - Há um
sentimento de frustração na economia. Os dados decepcionantes divulgados ao
longo do ano derrubaram o ânimo dos empresários e dos consumidores brasileiros
e levaram os índices de confiança para
o nível de 2008 e 2009, quando o mundo sentiu os impactos da crise
internacional.
O aumento nos
indicadores de confiança virou peça-chave na tentativa de acelerar o
crescimento econômico. A falta de confiança faz os empresários deixarem de
investir e os consumidores pouparem com medo do que virá pela frente, o que
prejudica ainda mais as expectativas do crescimento brasileiro.
"O ano começou
com uma expectativa de crescimento mais forte, mas os indicadores não estão
decolando. Atualmente, se percebe também um mercado de trabalho menos favorável
e os juros estão subindo. Tudo isso tem uma retroalimentação (para o
enfraquecimento da confiança)", diz o economista do Instituto Brasileiro
de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), Aloisio Campelo. As
sondagens do instituto mostram a confiança do consumidor, indústria e serviços
no nível de 2009.
A queda de confiança
na economia ligou o sinal de alerta no governo, que aumentou a carga do
discurso para dissipar a desconfiança. No início do mês, no Rio Grande do Sul,
a presidente Dilma Rousseff comemorou o baixo resultado do Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho e garantiu que a inflação está sob
controle. Na sexta-feira, em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
afirmou que análises mais pessimistas não têm fundamento.
Causas
O comportamento da
confiança entre consumidores e empresários têm motivações diferentes. Para o
consumidor, pesou mais a inflação elevada e uma preocupação com o crescimento
do desemprego. Em julho, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec)
ficou em 110 pontos e apresentou estabilidade em relação a junho (110,1),
segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI)
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