quarta-feira, 31 de julho de 2013

EUA MOSTRAM RECUPERAÇÃO

Os americanos crescem, a gente sofre 

A economia americana deu um susto no mundo, susto bom. Ela cresceu no segundo trimestre bem acima do esperado pelo mercado – 1,7%, ante expectativa de 0,9%. Foram criados 200 mil empregos no setor privado em julho. Agora só falta saber se esse impulso é suficiente para carregar sozinho o crescimento da maior economia do mundo.

É essa certeza que os diretores do BC dos Estados Unidos (FED) querem ter para decidir quando vão interromper o programa de estímulos em curso no país – US$ 85 bilhões por mês para empurrar o PIB americano. Alguma sinalização deve ser dada nesta quarta-feira (31), quando sai o resultado da reunião do Fomc, o Copom do Fed.
Foi-se o tempo em que a economia de lá caía e a nossa também; a deles subia, a nossa subia junto. O Brasil não está com a casa arrumada para seguir o mesmo rumo e intensidade de recuperação dos EUA.
O primeiro efeito desse descolamento já estamos sentindo bastante – a alta do dólar. Se a economia americana está se fortalecendo, é esperado que a moeda deles também se fortaleça. Para nós, essa troca tem custado mais caro, já que o real tem se desvalorizado num patamar acima do que vem acontecendo com as moedas de outros países emergentes.
Nesse cenário o que se destaca no Brasil é a baixa competitividade, a inflação pressionada e, para completar, uma queda mais acentuada da confiança em setores-chave para nossa economia, como os serviços. A pesquisa feita pela FGV revela que o índice de confiança do setor caiu em julho ao menor nível desde 2009. Ora, mas não era ele que vinha sustentando o PIB? Era.
Antes de terminar, há mais um dado desagradável, desculpe o mau jeito. O IBGE divulgou o índice de preços ao produtor de junho – o IPP subiu 1,33% contra 0,24% do mês anterior. A alta tem uma ligação direta com a subida mais forte do dólar, que afeta as importações de insumos para a produção. E sabe qual foi o setor que mais influenciou a alta do IPP? A alimentação.
Será inevitável que, num futuro bem próximo, isso chegue aos preços do varejo, ou seja, ao consumidor final. É por essas e tantas outras que o Banco Central começou a subir a taxa de juros básica da economia brasileira e não deve parar enquanto não conseguir estancar a contaminação que se espalha pela economia. 
qua, 31/07/13 - por Thais Herédia do G1.

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