Dois especialistas em concursos públicos revelam os piores erros cometidos por concurseiros na hora de estudar e que resultam em grandes perdas de tempo
Por:
São Paulo - Tempo. Para alguns
concurseiros, ele é um grande aliado, para outros, o pior inimigo. O que
explica esta dualidade? As estratégias de estudo, respondem dois especialistas
em concursos públicos,
consultados por EXAME.com.
Se acertado, o plano de estudos
faz do tempo o maior amigo do estudante. Por outro lado, táticas erradas o
desperdiçam em larga escala e comprometem osucesso.
Confira quais os principais pecados na hora de estudar e que roubam tempo
de dedicação:
1 Falta de agenda de médio e longo prazo
“O maior pecado é começar a
estudar às vésperas do concurso ou logo após o edital”, diz Arenildo Santos,
especialista em concursos do site Questões de Concursos.
Ao aguardar o edital, o
concurseiro entra em uma corrida contra o tempo, após a sua publicação. E,
explica o professor, cria uma armadilha para sua tranquilidade.
“Grande adversário de quem se
prepara para concursos é o nervosismo. É a panela de pressão em que ele se
insere quando espera a publicação do edital para estudar”, diz Santos.
A regra básica, diz o
especialista, é elaborar uma agenda de estudos a médio e longo prazos. “Com
base em editais anteriores”, diz. Assim, quando o edital for publicado,
restarão apenas os pequenos ajustes no roteiro, caso haja mudanças em relação
ao concurso anterior.
2 Estudar só a teoria
“Teoria e prática são duas faces
da mesma moeda”, diz Santos. Apenas a combinação entre leitura e resolução de
questões é que conduz o concurseiro ao sucesso.
“Fazer exercício é tão importante
quando estudar a teoria porque mostra a evolução do aprendizado”, diz João
Mendes, especialista em concursos do curso Ênfase.
3 Não resolver provas anteriores
Outro pecado relacionado a
concurseiros que negligenciam a prática. A resolução de provas anteriores é
fundamental na preparação do candidato.
Permite verificar o tempo gasto
com cada questão, pontos fortes e pontos fracos em cada disciplina, além de ser
a única forma de se familiarizar com estilo da banca examinadora.
4 Estabelecer meta irreal de horas de estudo
por dia
O planejamento de estudos deve
acompanhar o ritmo de aprendizagem de cada pessoa. Mas, alguns estudantes não
levam em conta este aspecto e estabelecem uma agenda de dedicação
insustentável.
“Importante é respeitar o próprio
perfil. Há candidatos que se expõem a uma carga pesada de estudos e chegam ao
concurso estressados o que compromete uma das principais armas na hora da prova
que é a agilidade de raciocínio”, diz Santos.
Por isso, o plano de estudos deve
ser compatível com as condições que cada um tem de aprender. Por quantas horas
você consegue estudar concentrado? Pense nisso e useestratégias para conseguir estudar
mais (efetivamente) em menos tempo.
5 Não criar uma rotina
O professor João Mendes alerta
para a importância da rotina de estudos. Na opinião dele, pecam os concurseiros
que não estipulam uma meta de estudos diária, dedicando-se a estudar sem
planejamento prévio.
“É um erro não manter um padrão. Por exemplo: a pessoa estuda uma
hora em um dia, três no outro, pula dois dias e por aí vai”, explica.
6 Pular etapas
A pressa em ir direto ao ponto compromete a evolução do candidato.
De nada adianta começar a encarar questões “cabeludas” de raciocínio lógico sem
compreender, em primeiro lugar, a base teórica desta disciplina. Além de
desmotivadora, a tática é ineficiente.
O mesmo vale para qualquer matéria. Quem pula etapas leva muito
mais tempo para aprender, de fato. “Na hora do concurso este candidato vai
sentir falta da base”, diz Santos.
7 Estudar só matérias de que gosta
Trata-se de um dos pecados mais tentadores para quem estuda para
concursos públicos. Desequilibrar agenda de estudos priorizando temas de
interesse em detrimento de matérias menos “palatáveis” pode atrasar a
aprovação. “Para passar é preciso saber tudo muito bem”, lembra o professor
João Mendes.
8 Não fechar ciclos de temas
Escolha um tema e vá até o fim, recomenda Mendes. É um erro pular
de assunto em assunto sem fechar ciclos. “Quebra a lógica e, na medida em
que ele retorna ao estudo daquele tema, precisará voltar atrás para relembrar
do que se tratava e vai perder tempo”, diz Mendes.
Sua recomendação é não mudar de tópico sem fechar o ciclo de
pensamento do assunto anterior, mesmo que sejam necessários dias de dedicação.
9 Não fazer resumos
Como o tempo de preparação até conquistar a aprovação pode ser
longo, uma rotina de revisões é essencial para consolidar o aprendizado.
Mas reler toda a matéria toma muito tempo, certo? E aí que entram
os resumos feitos pelo próprio concurseiro. “É a partir do resumo é que ele
deve fazer a revisão”, diz Mendes.
Deixar de apostar em sínteses de temas torna a revisão uma tarefa
hercúlea, segundo o professor João Mendes. “A pessoa fica enxugando o gelo, não
avança”, diz.
10 Apostar em materiais não direcionados para
concursos
O estudo do candidato a cargo público tem um objetivo claro:
passar na prova. Assim pouco estratégico é o candidato que aposta em livros não
direcionados a concurseiros.Resultado: vai perder tempo estudando conteúdo que
não entra na prova.
Assim, não adianta ler 30 livros e obter um conhecimento acadêmico
profundo em uma matéria porque, se for fazer isso com todas, vai demorar 20
anos para passar, diz o professor. “Ele não está estudando para ser jurista, no
caso de seleções na área do Direito, por exemplo,está estudando para ser
aprovado no concurso”, diz Mendes.
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