A construção de uma ferrovia entre Brasil e Peru, que permitirá unir comercialmente portos do Atlântico e do Pacífico, não cruzará o território boliviano como o país espera, anunciou nesta quarta-feira o presidente peruano, Ollanta Humala.
A publiucação da AFP do dia 19 de novembro de 2014 destaca a decisão:
O
presidente disse que esta mega-obra, que os governos de Lima e Brasília
projetam, foi um dos assuntos abordados em sua recente viagem à China, país que
deve participar da construção e do financiamento.
"Após
um acordo prévio com o Brasil na China foi aprovada a assinatura de um
memorando para iniciar os estudos de um projeto de trem que una os oceanos e
possa integrar os mercados de Brasil, Peru e China", disse Humala, durante
reunião com meios de comunicação estrangeiros no Palácio do Governo.
O
chefe de Estado indicou que o percurso que o trem cobrirá não será pelo sul do
Peru e através da Bolívia, mas "pelo norte do Peru, por razões de
interesse nacional", que não especificou.
A
Bolívia pretende participar do projeto e se somar a uma ferrovia que possa
ligar seu território e seus produtos a portos dos dois oceanos.
Segundo
estimativas iniciais, a ferrovia teria um custo de US$ 10 bilhões, que a China
estaria em condições de financiar.
Em
outubro, o plano gerou alguns atritos diplomáticos entre Lima e La Paz, depois
que o presidente boliviano, Evo Morales, disse que o Peru estaria
marginalizando a Bolívia do traçado.
"Não
sei se o Peru está fazendo uma jogada suja", queixou-se.
Humala
disse ter "o maior respeito pelo presidente (Evo) Morales" e que seu
país está comprometido na integração com a Bolívia e apoia sua reivindicação
histórica de uma saída para o mar.
Neste
sentido, referiu-se a "outro projeto de ferrovia que viria de La paz"
e chegaria até os portos peruanos e Lima. Ele disse que os ministros do
Transporte dos dois países entraram em contato para avançar no tema. "É um
desafio de engenharia pelas descidas da Cordilheira até a costa",
acrescentou.
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