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Comentário
  Semanal – 04/07/2014 
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No
  cenário internacional, o destaque foi a divulgação dos dados de mercado de
  trabalho dos Estados Unidos, que apontaram para uma forte recuperação em
  junho. Os dados trouxeram mais otimismo em relação à economia americana e
  aumentaram as apostas de que a elevação dos juros possa acontecer ainda esse
  ano. Na Europa, os dados de vendas no varejo de maio decepcionaram,
  reforçando a perspectiva o processo de recuperação da economia do bloco é
  lento. 
No
  Brasil, do lado de atividade, o destaque foi a divulgação da produção
  industrial de maio – o produto na indústria caiu 0,6% na comparação mensal em
  maio, perto da nossa expectativa de uma diminuição de 0,7% na comparação
  mensal, levando o ritmo médio trimestral a -0,5% mensal (o mais lento desde o
  final de 2013). Como esperado, a força negativa veio da produção de veículos,
  que caiu 21% na comparação anual e de 3,9% na comparação mensal. O efeito de
  carrego para o segundo trimestre da produção industrial é de -1,2% no
  trimestre, mas esperamos - com base em índices de confiança que permanecem
  muito abaixo das médias históricas, bem como os principais indicadores –
  outro dado negativo em junho, o que implicaria em um resultado ainda mais
  negativo para o segundo trimestre, com impacto importante no PIB. 
A
  semana foi também de notícias preocupantes do lado fiscal. O resultado
  primário do setor público consolidado registrou déficit de R$ 11,0 bilhões em
  maio, um pouco abaixo da nossa expectativa (R$ 11,7 bilhões), mas bem acima
  do consenso de mercado (R$ 8,4 bilhões), atingindo o segundo maior déficit
  mensal desde dezembro de 2001 (a mais alta foi em dezembro de 2008, R$ 21,0
  bilhões). O principal fator para este resultado foi o governo central, que já
  havia mostrado números decepcionantes na semana anterior, mas os governos
  regionais também registraram um superávit primário baixo, R$ 12 m em
  comparação com R$ 1,2 bilhões em maio de 2013. Portanto, em uma análise sobre
  os últimos 12 meses, o superávit primário do governo central caiu para 1,22%
  do PIB (de 1,56% em abril) e o dos governos regionais caiu para 0,29% do PIB
  (de 0,32%). Além disso, se excluirmos as receitas extraordinárias no final de
  2013, o superávit primário do setor público cai para 0,8% do PIB. A dívida
  líquida do setor público em porcentagem do PIB aumentou para 34,6%, um pouco
  acima da nossa expectativa (34,4%), e de 34,2% em abril. Olhando para frente,
  prevemos um superávit primário de 1,6% do PIB este ano, mas os riscos são
  inclinados para o lado negativo, devido ao impacto da desaceleração da
  atividade sobre as receitas fiscais nos próximos meses. 
A
  balança comercial registrou superávit de US$ 2,4 bilhões em junho, menor do
  que a nossa expectativa (US $ 3,1 m) e do consenso de mercado (US $ 2,8
  bilhões). O déficit comercial acumulado no ano caiu para US$ 2,5 bilhões,
  ante U$ 3,1 bilhões observado no mesmo período do ano passado. As exportações
  ficaram em linha com a nossa expectativa, e a surpresa veio no setor de
  importações. Em 12 meses, o superávit comercial se mantém em US$ 3,1 bilhões
  e deve contribuir para um déficit em conta corrente estável. 
No
  campo eleitoral, o destaque da semana foi a pesquisa da Datafolha, que
  mostrou um aumento nas intenções de voto para todos os principais candidatos,
  com resultados positivos para Dilma Rousseff, sob o clima favorável em torno
  da Copa do Mundo Fifa. O índice de aprovação do governo subiu para 35% de 33%
  em junho, com melhoria da avaliação da população em uma série de indicadores,
  como o otimismo em relação à economia brasileira, as condições financeiras da
  família, a inflação, o poder de compra e emprego. As intenções de voto na
  Dilma cresceu 4pps para 38%; Aécio Neves subiu para 20%, de 19%; e Campos
  subiu para 9%, passando de 7%. É importante ressaltar que a diferença entre o
  apoio a Dilma e a soma de todos os outros candidatos aumentou de -1% para 0%
  na pesquisa anterior - ou seja, continua a ser provável que devemos ver uma
  eleição presidencial com dois turnos, mas, dentro da margem de erro, a pesquisa
  aumentou as chances de que a eleição terá apenas uma rodada. Além disso, a
  taxa de rejeição de Dilma reduziu para 32% a partir de 35% de um mês atrás,
  enquanto Neves caiu para 16%, de 29% e Campos caiu para 12%, de 29%. Apesar
  da recuperação marginal da Rousseff, acreditamos que a pesquisa ainda mostra
  um cenário desafiador para o governo já que as intenções de voto ainda
  sugerem que haverá dois turnos e a taxa de rejeição de Dilma continua sendo a
  maior entre os principais candidatos. Além disso, o clima positivo em torno
  da Copa do Mundo Fifa pode ter ajudado esses números. 
Nos
  mercados, o dólar fechou cotado a R$ 2,21 no final da semana, o que
  representou depreciação da moeda brasileira de 0,9% em relação à semana
  anterior. A curva de juros diminuiu a inclinação em relação ao fechamento da
  semana anterior: contrato para janeiro de 2016 teve queda de 0,05 pp para
  11,11%, enquanto o janeiro de 2018 recuou 0,11 pp para 11,65%. O Ibovespa
  fechou a sexta-feira com avanço de 1,2% em relação à semana anterior, levando
  a alta no ano para 4,4% 
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O comentário observado é um documento foi desenvolvido e preparado pela Brasil Plural Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários S.A (“Brasil Plural CCTVM”).
As informações e análises contidas nesse material são de caráter exclusivamente informativo
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