segunda-feira, 24 de março de 2014

Economistas veem Selic a 11,25% no final de 2014 e inflação de 6,28%


SÃO PAULO, 24 Mar (Reuters) - Economistas de instituições financeiras passaram a ver maior aperto monetário neste ano mas ao mesmo tempo elevaram pela terceira semana seguida a perspectiva para a inflação em 2014, deixando-a ainda mais perto do teto da meta do governo.

A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou que os economistas passaram a ver a Selic a 11,25 por cento no final de 2014, ante 11,00 por cento na semana anterior.
Eles mantiveram a perspectiva de nova elevação de 0,25 ponto percentual na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom), a 11,00 por cento, e voltaram a ver outra alta na mesma magnitude em dezembro.
Desde abril passado, o BC já elevou a Selic em 3,5 pontos percentuais, para o atual patamar de 10,75 por cento, a fim de combater a inflação. Recentes sinais de pressão sobre os preços já haviam levado a curva de juros futuros a precificar mais dois aumentos de 0,25 ponto percentual, em abril e maio.
Já o Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, vê aperto monetário maior. A mediana das projeções é de Selic a 11,75 por cento no final de 2014, inalterado ante a semana anterior.
Inflação
Apesar da expectativa de Selic maior, os economistas passaram a ver um cenário de inflação ainda mais alta. A mediana das projeções aponta agora o IPCA a 6,28 por cento no final de 2014, ante 6,11 por cento na pesquisa anterior.
Para 2015, a perspectiva subiu a 5,80 por cento, 0,10 ponto percentual a mais.
Já a perspectiva para a inflação nos próximos 12 meses foi elevada em 0,08 ponto percentual, a 6,20 por cento. A meta de inflação é de 4,5 por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
Em março, o IPCA-15 avançou 0,73 por cento sobre o mês anterior, pressionado pelos preços de alimentos e passagens aéreas, acumulando em 12 meses alta de 5,90 por cento.
Em relação à expansão da economia, as estimativas para 2014 e 2015 foram mantidas em 1,70 por cento e 2,00 por cento, respectivamente.

(Por Camila Moreira)

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