SÃO PAULO, 24 Mar (Reuters) -
Economistas de instituições financeiras passaram a ver maior aperto monetário
neste ano mas ao mesmo tempo elevaram pela terceira semana seguida a
perspectiva para a inflação em 2014, deixando-a ainda mais perto do teto da
meta do governo.
A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta
segunda-feira mostrou que os economistas passaram a ver a Selic a 11,25 por
cento no final de 2014, ante 11,00 por cento na semana anterior.
Eles mantiveram a perspectiva de nova elevação de 0,25 ponto
percentual na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom), a 11,00
por cento, e voltaram a ver outra alta na mesma magnitude em dezembro.
Desde abril passado, o BC já elevou a Selic em 3,5 pontos
percentuais, para o atual patamar de 10,75 por cento, a fim de combater a
inflação. Recentes sinais de pressão sobre os preços já haviam levado a curva
de juros futuros a precificar mais dois aumentos de 0,25 ponto percentual, em
abril e maio.
Já o Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais
acertam as projeções nesse período, vê aperto monetário maior. A mediana das
projeções é de Selic a 11,75 por cento no final de 2014, inalterado ante a
semana anterior.
Inflação
Apesar da expectativa de Selic maior, os economistas
passaram a ver um cenário de inflação ainda mais alta. A mediana das projeções
aponta agora o IPCA a 6,28 por cento no final de 2014, ante 6,11 por cento na
pesquisa anterior.
Para 2015, a perspectiva subiu a 5,80 por cento, 0,10 ponto
percentual a mais.
Já a perspectiva para a inflação nos próximos 12 meses foi
elevada em 0,08 ponto percentual, a 6,20 por cento. A meta de inflação é de 4,5
por cento, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.
Em março, o IPCA-15 avançou 0,73 por cento sobre o mês
anterior, pressionado pelos preços de alimentos e passagens aéreas, acumulando
em 12 meses alta de 5,90 por cento.
Em relação à expansão da economia, as estimativas para 2014
e 2015 foram mantidas em 1,70 por
cento e 2,00 por
cento, respectivamente.
(Por Camila Moreira)
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