O processo de desmanche do império X, de Eike Batista, chegou
também ao braço imobiliário do grupo, a empresa REX. O fundo suíço Acron
confirmou ontem a compra do Hotel Glória, um dos mais tradicionais do País. A
REX também está em vias de transferir o projeto hoteleiro no edifício do Morro
da Viúva, no Flamengo, zona sul do Rio. O Broadcast, serviço de notícias em
tempo real da Agência Estado, apurou que a francesa Natekko está quase fechando
a compra.
O negócio com os franceses terá que ser aprovado
pela diretoria do Clube de Regatas do Flamengo, dono do edifício Hilton Santos
(conhecido como Morro da Viúva). O clube concedeu o prédio para exploração por
25 anos renováveis e já recebeu a título de arrendamento R$ 18 milhões da REX.
O vice-presidente de futebol do Flamengo, Wallim Vasconcellos,
confirmou as negociações para a saída da REX e disse que o Flamengo fez uma contraproposta.
"O Flamengo está participando das negociações porque tem que dar anuência",
disse, sem confirmar o nome do grupo francês.
Segundo o executivo, as bases do contrato de arrendamento seriam
mantidas, mas o clube está renegociando alguns pontos. A REX pretendia
construir um hotel de luxo no local, mas com a crise do grupo X resolveu
abandonar a empreitada.
Localizado num dos metros quadrados mais valorizados do Rio, com
vista para o Pão de Açúcar, o imóvel tem 160 apartamentos que deverão ser convertidos
em 300 quartos de hotel. A REX estimava investir R$ 120 milhões.
A Natekko trabalha com projetos sustentáveis de construção civil
na França. A empresa prevê inaugurar este mês, no Centro do Rio, seu primeiro
prédio comercial no Brasil, com investimento de R$ 50 milhões.
Já no caso do projeto mais famoso, a reforma do Hotel Glória, o
contrato de venda foi firmado pela REX no sábado. Em comunicado, a suíça Acron
admitiu que a reinauguração do cinco estrelas - em obras desde 2008 - só
ocorrerá em dezembro de 2015 ou em 2016. Ou seja, o hotel, ficará de fora da
Copa do Mundo de 2014.
A Acron continua negociando a administração do hotel com cinco
importantes redes globais, inclusive a rede Four Seasons. Após a reforma, o
hotel terá 352 quartos, restaurantes, um teatro, lojas, e piscina com vista
para o Pão de Açúcar.
A empresa suíça criou um fundo, sediado em Luxemburgo, em que
oferece cotas do empreendimento a investidores qualificados. O investimento
deverá girar em torno de R$ 500 milhões. / COLABOROU JAMIL CHADE
Mariana Durão e Vinicius Neder - O Estado de S.Paulo
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