sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Mercado reage de maneira positiva a comunicados do Governo Federal

O COPOM, em reunião realizada ontem, 26/02/2014, divulgou a nova meta da taxa de juro, a Selic. Como esperado foi decidida uma elevação da taxa em 0,25 ponto percentual, chegando aos 10,75% ao ano confirmando as expectativas de desaceleração do ritmo de alta da taxa básica, e com a decisão a Selic volta ao mesmo patamar do início do governo Dilma. A alta mais moderada da taxa se deve aos números divulgados para a atividade econômica (PIB) que sofreram uma onda de revisões para baixo nas últimas semanas o que acaba por levar a uma redução da projeção para a inflação. O que também colaborou para a decisão foi a expectativa de que o Banco Central norte-americano não realize um aperto em sua política monetária tão cedo, o que poderia levar a uma fuga de capitais do Brasil, e de outros países emergentes, em direção aos Estados Unidos. Outro fator que deu um respiro para o Banco Central foi a taxa de câmbio que vem apresentado um movimento de apreciação frente ao dólar, causando um menor impacto sob a inflação.
Em relação ao mercado, o segmento de renda fixa se comporta de maneira bem positiva em fevereiro. Os principais indicadores apresentam elevadas altas no mês, onde o IMA-B 5+, por exemplo, vem apresentando um retorno de 5,43%. O IMA-B acompanha a trajetória de alta com uma variação positiva um pouco menor, de 4,31% no mês. Em certa medida o melhor comportamento do mercado se deve a divulgação do plano de contingenciamento orçamentário feito pelo governo federal que propôs uma redução de R$ 44 bilhões dos gastos públicos federais, elevando o saldo primário (antes do pagamento de juros) em quase R$ 23 bilhões, além da promessa do Ministério da Fazenda de alcançar um superávit primário de 1,9% do PIB em 2014. Com a comunicação das medidas houve uma reação positiva do mercado, expressa na queda das taxas futuras de juros, a NTN-B com vencimento em 2050 que chegou a ser oferecida no Tesouro Direto com taxa de até 7,08% em 4 de feverei ro, fechando ontem (26) em 6,70%. As medidas divulgadas também causaram um fortalecimento do real frente ao dólar. Em nossa concepção, a procura por títulos públicos, oriundas de captação de recursos dos Bancos do Brasil e Caixa Econômica Federal para compor novos fundos de condomínio fechado também impulsionaram a melhora dos valores de mercado desses TPF´s. Importante pontuar que caso as medidas informadas pelo governo não se concretizem as fortes oscilações negativas podem voltar com mais força em um futuro não muito distante, levando em conta que o cenário ainda é de vulnerabilidade para os diversos segmentos do mercado financeiro.
Indicadores financeiros em 31/01/2014
Indicador
No mês
Acumulado
INPC (índice nacional de preços ao consumidor)
0,63%
0,00%
IPCA (índice oficial de inflação)
0,55%
0,00%
Taxa de Meta Atuarial atrelada ao INPC + 4% a.a.
0,95%
0,00%
Taxa de Meta Atuarial atrelada ao INPC + 6% a.a.
1,11%
0,00%
Taxa de Meta Atuarial - IPCA + 4% a.a.
0,87%
0,00%
Taxa de Meta Atuarial - IPCA + 6% a.a.
1,03%
0,00%
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A RPPS Brasil Consultoria Ltda. não comercializa nem distribui cotas de fundos de investimentos ou qualquer outro ativo financeiro. As informações contidas neste texto são de caráter exclusivamente informativo e não constituem qualquer tipo de aconselhamento de investimentos, não devendo ser utilizadas com este propósito. Fundos de investimento não contam com garantia nem do administrador, nem do gestor da carteira, nem de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do fundo garantidor de créditos – FGC. Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Recomenda-se a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento do fundo de investimento ao investidor antes deste realizar aplicações de seus recursos no mesmo.

Professores de Xangri-Lá paralisam atividades em quatro escolas

Reivindicação é pelo aumento do período das horas-atividade para seis horas e meia
Alunos das quatro escolas de Ensino Fundamental de Xangri-Lá, no Litoral Norte, estão com as atividades paralisadas nesta segunda-feira (24). Professores ligados ao Sindicato dos Professores de Capão da Canoa e Xangri-Lá pedem o aumento da hora-atividade de quatro horas para seis horas e meia. A hora-atividade corresponde ao período disponibilizados aos docentes para atividades extraclasse, como planejamento das aulas.
— Os professores estão pedindo seus direitos e isso (um terço de hora-atividade) está na lei. Queremos o diálogo com a prefeitura para não seguir o caminho de uma greve — afirma a presidente do sindicato, Eliane Trindade Lima.
Eliane reforça ainda que falta autonomia às escolas e a infraestrutura é precária. Ela lembra que o Ensino Infantil não foi afetado com a paralisação.
De acordo com a secretária municipal de Educação, Marisabel Mello Flores, o prefeito Cilon Rodrigues da Silveira recebeu o sindicato anteriormente e prometeu realizar um estudo sobre a situação. O problema em ampliar a hora-atividade, de acordo com Marisabel, é o impacto nos gastos municipais:
— Para conceder o que os professores pedem, precisaríamos dar mais um dia de folga a eles. Para cobrir esses dias, teríamos que contratar mais 60 docentes, o que reflete nos gastos do município.
Nas quatro escolas do município, estudam cerca de 2 mil alunos, pelo menos metade no Ensino Fundamental. Hoje, segundo a secretaria de Educação, há 235 professores no quadro de pessoal.
Zero Hora – 24/02/2014
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2014/02/professores-paralisam-atividades-em-quatro-escolas-de-xangri-la-no-litoral-norte-4428878.html

Monitoramento de projetos sobre RPPS

Sempre oportuna e informativa as opiniões divulgadas pela Monte Castelo Idéias, através desta carta:

Rio Grande do Sul refém da violência

Já faz parte das nossas lembranças remotas a época em que nos sentíamos seguros nas cidades gaúchas. A violência era um fenômeno distante, presente apenas em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro. Por aqui, as crianças ainda brincavam nas ruas até tarde da noite, as portas das casas ficavam abertas durante o dia, e as grades e alarmes eram itens pra lá de dispensáveis. Porém, com o passar dos anos, os tentáculos da criminalidade se estenderam até o nosso Estado – e a tranquilidade se foi para não mais voltar. Hoje, vivemos em estado permanente de tensão, tomando todos os cuidados possíveis para que não sejamos a próxima vítima da insegurança.

Tanto temor tem razão de ser. Para além dos inúmeros casos que lemos nos jornais e ouvimos diretamente de conhecidos, as estatísticas endossam o sentimento da população. É fato: a situação piorou na última década. E quem revelou essa realidade foi a própria Secretaria Estadual da Segurança Pública. De acordo com o balanço das ocorrências de 2013, os crimes violentos aumentaram muito nesse período.
Por causa da alta concentração de habitantes e dos níveis de pobreza e tráfico de drogas, a Grande Porto Alegre permanece como a região mais visada pelos bandidos no RS. A capital gaúcha segue disparada no topo do ranking de roubo de veículos. Em dez anos, cresceu de 3.863 para 6.473 o número dessas incidências. Isso significa quase 18 carros por dia! Outro dado impressionante: em 2003, ocorria um homicídio por mês em Gravataí. No ano passado, a média subiu para seis – um avanço de 500%.
Não bastasse isso, o balanço mostra que houve nessa década um processo de interiorização da violência, vitimando principalmente municípios de médio porte. Em Passo Fundo, por exemplo, o roubo de veículos teve uma expansão de 712% em dez anos – passando de 32 para 260 ocorrências. Crimes se proliferaram em cidades como Rio Grande, Pelotas, Livramento e Lajeado. Isso sem contar os ataques a carros-fortes e explosões de bancos, frequentes inclusive em pequenas comunidades.
Enquanto o caos se alastra, os governos federal e estadual fazem o velho jogo de empurra. São eles os responsáveis, de acordo com a Constituição, por garantir segurança para a população. Mas, na prática, agem como se a atribuição fosse de outrem. Ora, o que mais precisa acontecer para que esses entes percebam que a violência ataca frontalmente todos os direitos individuais? Mata-se mais no Brasil do que em nações em guerra. Já passou da hora: a questão deve estar entre as políticas públicas prioritárias e inspirar ações mais resolutivas.
Isso passa por qualificar a estrutura e aumentar o efetivo das polícias civil e militar, sobretudo nas cidades menores. Também envolve reforçar o controle das fronteiras, impedindo o ingresso de drogas e armas. Nosso aparato precisa ter condições mínimas para enfrentar os bandidos e proteger os cidadãos. É urgente ainda revisar as leis penais, adequando-as à atualidade e tornando-as mais severas contra o crime. Somente assim poderemos acabar com a cultura de impunidade, que cria um ambiente propício para os delitos – e devolver aos gaúchos os tempos de paz de outrora.
Por Sérgio Turra - Publicado no jornal O Sul, 28/02/2014.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Fundos de renda fixa ganham da poupança com folga

A matéria a seguir é muito elucidativa quanto ao que está acontecendo, POIS Observamos janeiro e fevereiro do corrente ano com apreensão, mas na expectativa desta posição do COPOM.
Fundos de renda fixa ganham da caderneta de poupança agora que a Selic foi elevada mais uma vez
Por Julia Wiltgen, de EXAME.com
Getty Images
CofrinhosCofrinhos: rendimento da poupança só supera a rentabilidade de fundos mais caros, com taxa de administração acima de 2,0% ao ano
São Paulo - Com a elevação da Selic de 10,50% para 10,75% ao ano, os fundos de renda fixa ganharam ainda mais atratividade, batendo a poupança na maior parte das situações.
A caderneta, contudo, permanece mais vantajosa que os fundos mais caros, cuja taxa de administração supera os 2,00% ao ano. A taxa de administração média dos fundos DI para o público de varejo em dezembro (data do último dado) era de 1,18% ao ano, enquanto que para os fundos de renda fixa era de 1,06% ao ano.
Quando a taxa Selic é maior ou igual a 8,50% ao ano, a remuneração da caderneta de poupança permanece em 0,50% ao mês mais Taxa Referencial (TR), a mesma remuneração atribuída aos depósitos feitos até 4 de maio de 2012, que seguem a antiga regra da poupança.
A nova regra da caderneta de poupança, de rendimento de 70% da Selic mais TR, só se aplica quando a taxa básica de juros é inferior a 8,50%.
Além disso, a poupança é isenta de imposto de renda, enquanto que os fundos de investimento sofrem tributação conforme a tabela regressiva do imposto de renda: quanto menor o prazo de aplicação, maior a alíquota do IR.
Assim, apesar de os fundos terem capacidade de ganhar bem mais que a poupança, a taxa de administração e o imposto de renda "comem" parte da sua rentabilidade. Dessa forma, os fundos mais caros são capazes de perder da poupança, principalmente em cenários de Selic mais baixa.
A estimativa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) é de que, no atual cenário de Selic, a rentabilidade da poupança seja de 0,55% ao mês.
A tabela a seguir traz uma simulação da Anefac com a rentabilidade mensal simulada para fundos de renda fixa com diferentes taxas de administração e diferentes prazos. Os rendimentos em azul ganham da poupança, e aqueles em vermelho perdem dela.
Prazo de Resgate
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
3,00%
Até 6 meses
0,63%
0,59%
0,56%
0,52%
0,49%
0,45%
Entre 6 meses e 1 ano
0,65%
0,62%
0,58%
0,54%
0,51%
0,47%
Entre 1 ano e 2 anos
0,67%
0,64%
0,60%
0,57%
0,53%
0,49%
Acima de 2 anos
0,70%
0,66%
0,62%
0,59%
0,55%
0,52%

Fonte: Anefac

Repercussão da decisão de elevar a Selic pela oitava vez seguida

A reportagem a seguir demonstra o sentimneto de represenatntes de entidades obres a decisão do COPOM.

Economistas e entidades defendem corte gastos para controlar a inflação.
Taxa básica de juros subiu para 10,75% nesta quarta.

Simone Cunha - do  G1, em São Paulo
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar pela oitava vez seguida a taxa de juros básicos da economia, a Selic.
A elevação é defendida por alguns economistas que veem continuidade da pressão na alta dos preços, mas tanto eles quanto as entidades da sociedade civil cobram outras medidas do governo como a redução dos gastos para ajudar no combate à inflação e na atração de investimentos.

Veja as opiniões e análises sobre a alta:
Paulo Petrassi, gestor da Leme Investimentos e especialista em juros
Para mim, o recado (pelo que o BC divulgou no comunicado) é que há mais uma alta de 0,25 ponto percentual e para. O BC poderia ter dado deixa de que vai parar, mas deixa em aberto que podem vir ajustes e pode encerrar o ciclo de alta a 11%. Na conjuntura atual, parece uma decisão acertada, com números momentâneos de inflação mais tranquilos, mas pode haver mais pressão nos preços com a desaceleração da China e a mudança de política monetária dos EUA.
Márcio Neubauer, sócio diretor da Soma Invest
O consenso do mercado era esse e deve vir mais 0,25 p.p de alta em abril. É uma posição menos conservadora do BC, que vinha vindo de altas de 0,5, mas tanto uma elevação quanto a outra é o famoso morro acima. 2014, 2015 vai ser mais íngreme ainda e a decisão é subir bem devagarinho o morro. A gente tem um problema fiscal hoje, o Brasil gasta mais do que arrecada. A gente depende de capital externo, ele tem que vir e ele vai para onde está melhor.
Jason Vieira, economista da Moneyou
A questão é que o cenário precisa ser calibrado, ainda há perspectiva de alta de inflação, então pode ser que o BC volte a retomar as altas, apesar dos números mais recentes de inflação. Pode ser uma parada de ajuste. Tem tantas variáveis que não vão ser alteradas no curto prazo – como a reforma fiscal — e, por outro lado, outras que podem pressionar, como os serviços, energia, câmbio. Mais do que nunca, o BC vai ficar atento ao cenário externo porque está altamnte dependente do BC americano.
Nicola Tingas, economista chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento)
O BC tem se saído bem ao andar numa corda bamba que é adminsitrar as conjunturas com fatores mais adversos ou a pressão atenuada num momento com quda de atividade, dólar mais baixo, o Fed fazendo ajuste gradual nos incentivos monetários. A gestão está sendo a possível porque as condições não são para trazer a inflação para 4,5% ao ano, o que não se faz no curto prazo nem no último ano de governo. Para isso, seria preciso medidas mais estruturais.
FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro)
Considerando que a Selic elevou-se em 50% nos últimos nove meses e os efeitos defasados deste movimento, para o Sistema Firjan, foi acertada a decisão de reduzir o ritmo de alta dos juros. O quadro econômico aponta para um PIB inferior a 2% este ano. Com uma política fiscal expansionista [com muitos gastos], a política monetária requerida para reduzir a inflação [alta de juros] imporá custos por demasiado elevados ao país em termos de investimentos, produção e geração de empregos.
Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
A elevação dos juros não é capaz de resolver sozinha a escalada dos preços. Para isso, o controle inflacionário precisa ser realizado, prioritariamente, por meio de um amplo ajuste fiscal na máquina pública, com cortes de gastos de custeio do governo e desoneração dos setores produtivos.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ficou escancarado que o governo não tem repertório para tocar a política econômica, depois da oitava alta consecutiva da Selic, reedita medidas do passado de uma forma errática e inexorável, parece que a prioridade é a eleição. Entendemos que a inflação e seus efeitos são conhecidos, mas surpreende a reação diante dela.
Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
Esse aumento vai desacelerar o já débil  crescimento econômico, colocando em risco a política de geração de empregos, melhoria dos salários dos trabalhadores e a distribuição de renda.

BC sobe juro para 10,75% e taxa volta ao nível do início do governo Dilma - confirmando assim a tendência apontada pelos economistas

Decisão foi unânime e reflete percepção de que há sinais de desaceleração da atividade econômica

Foi o oitavo aumento seguido, e foi menor que os das últimas reuniões, o que já era esperado pela maior parte dos economistas

O Banco Central pisou no freio e subiu a Selic, a taxa básica de juros da economia, em 0,25 ponto porcentual, para 10,75% ao ano. 
Com a decisão desta quarta-feira, 26, o juro volta ao mesmo patamar do início do governo Dilma Rousseff e também da posse de Alexandre Tombini no BC. 
A decisão foi unânime e sinalizou que o ciclo de aperto monetário está no final ou perto do fim.
 Após seis altas consecutivas de 0,5 ponto, o BC resolveu diminuir a dose do aperto monetário. A elevação da Selic ocorre desde abril de 2013. A autoridade monetária tinha sinalizado, ao fim da reunião anterior, em 15 de janeiro, que poderia mudar o ritmo de alta na Selic. Ao incluir a expressão "neste momento", o Copom havia dado a entender que uma mudança na rota dependeria do comportamento dos dados e das expectativas dos agentes financeiros. Agora, a expressão foi retirada.
O aumento menor reflete a percepção da autoridade monetária de uma inflação ainda resistente, mas com sinais de desaceleração da atividade econômica - o PIB do quarto trimestre será conhecido na manhã desta quinta-feira.
"O BC estava se coçando há tempo para diminuir o ritmo do aperto", diz Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do BC. Para ele, o Copom só não tomou essa decisão em janeiro por causa da alta recorde de preços em dezembro. Em 2013, a inflação oficial fechou em 5,91%, superior aos 5,84% de 2012, resultado inverso ao esperado pelo governo.
Desde então, os indicadores econômicos jogaram a favor da tese de que os diretores do BC teriam margem para desacelerar o ritmo de elevação da taxa básica na reunião desta quinta. Números fracos da atividade econômica em 2013 reiteraram a perspectiva de um crescimento modesto do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A inflação veio um pouco menor do que se esperava em janeiro e nos primeiros dias de fevereiro e houve recuo na valorização do dólar, depois de uma trégua dos investidores aos mercados emergentes.
Fiscal. A última medida que sacramentou as apostas na alta de 0,25 ponto porcentual foi o anúncio da meta de superávit primário de 1,9% do PIB para este ano, mesmo esforço fiscal feito no ano passado. O próprio Tombini destacou o anúncio como importante e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a sugerir que a decisão dos diretores do BC fosse "menos severa".
O diretor de Pesquisas para a América Latina da Nomura Securities em Nova York, Tony Volpon, considera que esse conjunto de fatores permitiu uma atitude "mais suave" do BC. Segundo ele, as oito altas consecutivas, em um total de 3,5 pontos porcentuais, deixou a Selic em um patamar suficiente para levar a inflação de volta à meta, embora de maneira lenta e gradual.
"É como quando você faz uma viagem de carro a 120 km/h e perto do destino decide que pode diminuir um pouco a velocidade porque considera estar perto de onde quer chegar", compara. A Nomura projeta que esta será a última elevação da Selic neste ano, apesar de considerar que o superávit primário anunciado pelo governo, na prática, vai representar economia efetiva para o pagamento de juros da dívida de 1% do PIB.
Acima da meta. Schwartsman discorda da ideia de que o aumento acumulado da Selic é suficiente para o controle da inflação alta. Para ele, a taxa básica de juros deveria atingir o patamar de 12% ao ano para alcançar esse objetivo. No cenário usado como referência pelo BC, a inflação acumularia alta de 5,6% em 2014 se os juros permanecessem em 10% ao ano; o mercado aposta em uma aceleração maior, de 6%, mesmo com uma Selic maior.
Volpon acredita que pesou para a decisão de 0,25 ponto porcentual o fato de que a expansão da atividade neste ano está bastante comprometida. As estimativas mais pessimistas para o PIB de 2014 estão próximas de 1% (a da Nomura está em 1,3%). "Desse nível para recessão não é um grande pulo."
A Selic é um dos principais instrumentos que o BC tem para controlar a inflação. O Copom eleva a taxa de juros básica da economia para aumentar o custo dos empréstimos e, com isso, tirar dinheiro do mercado. Com uma menor oferta de crédito, o consumo desacelera e a inflação tende a perder força.
Na contramão, uma redução nos juros estimula o consumo e a economia porque aumenta a quantidade de crédito oferecido. Em uma economia muito aquecida, os preços tendem a subir com maior velocidade. A taxa básica determina o custo do dinheiro aos bancos e, por isso, serve de base para os juros dos empréstimos a empresas e famílias, cuja taxa média fechou 2013 em 29% ao ano.
Veja a íntegra do anúncio:
"Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril de 2013, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,25 p.p., para 10,75% a.a., sem viés."

 Por Murilo Rodrigues Alves e Laís Alegretti, da Agência Estado, estadao.com.br

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Conheça os bastidores da causa de canonização de João Paulo II

O postulador da causa de canonização do Beato João Paulo II, monsenhor Slawomir Oder, acredita que o trabalho em um processo de reconhecimento de um santo é como a composição de um mosaico que envolve a visão de santidade de muitas pessoas. De acordo com ele, essa é a beleza do trabalho. 

canonização de Wojtyla será no dia 27 de abril, na mesma cerimônia em que João XXIII será declarado santo. 

Segundo o Mons. Slawomir, a causa de canonização de João Paulo II envolveu também parte das funções de uma secretaria de Estado. Além dos testemunhos dos milagres recebidos pela intercessão do Pontífice, muitos fiéis escreviam cartas e orações dirigidas ao amigo João Paulo II. Segundo o sacerdote, essa era uma das partes que mais o emocionava durante o trabalho.
Foto: © GIANCARLO GIULIANI/CPP


Um homem de profunda oração 

Mons. Slawomir lembra um episódio que aconteceu no início do pontificado de João Paulo II. Segundo ele, em um determinado dia, parecia que o Papa tinha desaparecido. O secretário de João Paulo II o havia procurado em todos os lugares do palácio, perguntado sobre o paradeiro à polícia e a outros funcionários do Vaticano, e nenhuma notícia era sabida. Depois de muito tempo de procura, encontraram-no prostrado no chão da capela particular, entre o altar e cadeira, em profunda oração.

“Ele era um homem de grande sensibilidade, de grande cultura. Um homem realmente espiritual, um homem místico. Um homem de Deus é a palavra que o define”, disse.

Mons. Slawomir conta também que João Paulo II buscava estar atento ao que acontecia na diocese de Roma. Segundo ele, o Pontífice se reunia uma vez por mês com o reitor do seminário diocesano para acompanhar o processo de formação dos candidatos ao sacerdócio. E durante os passeios na cidade, era capaz de apontar os lugares onde moravam alguns dos fiéis de Roma.

O criador das Jornadas Mundiais da Juventude também é reconhecido pelo zelo que tinha com a evangelização da juventude. Para o postulador, João Paulo II sabia alcançar os jovens sem menosprezá-los. “O modo de ele de estar com os jovens não era se travestir de jovem, mas ser um pai, e um pai exigente. Como um bom pai, sabia do que seus filhos eram capazes e não lhes permitia viver na mediocridade. Ele indicava o verdadeiro amor, a verdadeira liberdade".

Peregrinação da relíquia gera frutos de conversão

A visita da relíquia do beato tem levado os fiéis a buscar o sacramento da Confissão e a adoração. De acordo com o sacerdote, os frutos têm sido notados em todos os lugares por onde a relíquia passou. A peregrinação da gota de sangue do Pontífice começou no México, primeiro país visitado por João Paulo II no início do seu pontificado.

De acordo com o mons. Slawomir, uma relíquia também foi enviada à China, país que o Papa João Paulo II sempre quis visitar, mas não conseguiu.

Por: Christiane Sales - Alateia

A LIBERTADORES TÁ EMPOLGANDO

Não foi  um magnífico, mas foi um belo espetáculo o jogo de ontem, empolgou o empenho e a dedicação da equipe. Destaque especial para Luan que vem se apresentando dia a dia melhor. O conjunto definido pelo treinador tá entrosado e comprometido. Um grupo que se percebe ter objetivos comuns. Tá pintando a esperança de ver novamente o tricolor dos pampas conquistando esta competição que é a cara do Grêmio.

Presença na Libertadores e Arena fazem o Grêmio arrecadar cinco vezes mais que o Inter com ingressos em 2013 Bruno Alencastro/Agencia RBS

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O ROBERTO JEFFERSON FOI - QUEM VAI AGORA?

Recolheram o delator, que aliás prestou um baita serviço ao país.

Teve coragem quando externou ao mundo o que acontecia nestas terras. 


¨ Roberto Jefferson, por ter falado está enjaulado.
Se  não abrisse a boca, ainda era deputado.
Outros mais bandidos andam escoltados. 
Tem uns, bem mais falsos, que afirmam não ser culpados.
Mas o chefe maior nem fica encabulado.
Gira o mundo de jatinho e estes amigos já estão de isolados.¨
¨ O líder que é ex presidente mudou a aparência,  e se acha o professor.
Critica a todos e olha a imprensa de lado.
Conta histórias, dá palestras,  antes dele,  tudo era um horror.
Hoje ele acha que com sua influência o mundo mudou.
Mas na verdade foi sua quadrilha que com seus métodos enricou. ¨
¨ Seus seguidores, do poder se apropriaram.
 E o povo continua na luta, pobre coitado.
Trabalha e é iludido com PAC, bolsa e PAC e fica calado.
Enquanto o Zé Dirceu e sua trupe questionam a justiça .
Dão palpite em tudo, se fazem de vítima, coisa de ficar indignado.
Estamos tristes com o que fizeram com a nossa república .
Literalmente ficamos e estamos chocados, encurralados...¨ 

"ISSO É JUSTO OU INJUSTO?"

Eis a questão. Justo é, mas e os iguais são tratados diferentes, por quê?
"E Jefferson na cadeia? Isso é justo ou injusto? Creio que ele próprio não tinha noção, inicialmente, da dimensão que as coisas poderiam assumir. Fez alguns cálculos errados, acho eu. O primeiro deles consistiu em livrar a cara de Lula já na entrevista que concedeu à Folha, na edição de 6 de junho de 2005. Deu a entender que o então presidente não sabia de nada e que, ora vejam!, ficara muito indignado. Em depoimento na Câmara, referindo-se ao chefão do mensalão, afirmou: "Zé Dirceu, se você não sair daí rápido, você vai fazer réu um homem inocente, que é o presidente Lula. Rápido, sai daí rápido, Zé!". Jefferson, em suma, ajudou a criar a mitologia de que Lula não sabia de nada, o que parece ter contribuído para que a Procuradoria-Geral da República não se esforçasse muito para evidenciar o contrário. Antes de abertos os procedimentos formais de investigação, Jefferson poderia ter negociado, por exemplo, um acordo de delação premiada. Não o fez. Embora advogado de formação, talvez lhe tenha escapado que havia cometido alguns dos crimes dos quais acusava alguns parceiros de trajetória. Quando se considera esse aspecto, a conclusão é uma só: é justo, sim, que esteja sendo punido, a exemplo de outros. Quando, no entanto, se observa o papel que cada um deles desempenhou na tramoia, aí, meus caros, as coisas se complicam um pouco. Jefferson cumprirá pena, em regime semiaberto, de 7 anos e 14 dias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. É superior à de Delúbio Soares, de 6 anos e 8 meses, e quase igual a de José Dirceu, de 7 anos e 11 meses. Os dois petistas foram condenados por corrupção ativa e devem ser inocentados do crime de quadrilha. O julgamento tem a sua dinâmica, sei disso, mas afronta o bom senso que o homem que denunciou um crime gigantesco, ainda que tenha praticado ilegalidades também, cumpra uma pena superior à do principal operador do esquema, Delúbio, e quase igual à daquele que foi considerado o chefão da tramoia: Dirceu. Ah, sim: Jefferson também tem uma multa a pagar: R$ 720,8 mil. Pode ir tratando de enfiar a mão no bolso. Se fosse um petista, o partido logo faria uma daquelas vaquinhas indecorosas." (Por Reinaldo Azevedo - Veja) 

EIKE, SELIC E OUTROS VILÕES MOSTRAM PORQUE A BOLSA ESTAGNOU

 São Paulo – Em 2013, de cada 100 reais negociados em ações, 15,20 reais foram de pessoas físicas. Esse é o menor percentual desde 1998. No ano passado, a participação havia sido de 17,9%. Em dez anos, a Bolsa quintuplicou de tamanho, quanto ao número de participante, mas boa parte do salto se deu até 2010 – o número de participantes diminuiu no ano seguinte e, desde então, não cresceu nem 1% ao ano.

Vale lembrar que, em 2010, o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, projetava atrair para a bolsa 5 milhões de pessoas físicas em cinco anos – depois mudou o prazo para 2018, mas a meta ainda está muito distante: A Bovespa encerrou o ano de 2013 com 589.276 participantes. O número considera cada CPF cadastrado em cada agente de custódia, ou seja, o mesmo investidor pode ser contabilizado mais de uma vez caso possua conta em mais de uma corretora. O total é 0,36% superior ao de 2012 – e 3,54% inferior ao de 2010, quando a Bovespa teve seu maior número de participantes nos últimos anos: 610.915.
Em maio do ano passado, o número de pessoas físicas chegou a 637.198. Aquele foi o mês da oferta pública inicial do BB Seguridade, que atraiu muitos participantes. Daí até o final do ano, o número caiu, assim como o Ibovespa e ações, até então, muito significativas dentro do índice.
Em 2013, a Bolsa ficou marcada pelo desempenho trágico das ações do Grupo X. “A imagem ficou prejudicada”, segundo William Eid, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV-EAESP. A OGX tinha um papel relevante no principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa – que mudou sua metodologia no ano passado – e passou a valer centavos, além de ficar fora do Ibovespa segundo a nova metodologia.
A imagem de que a Bolsa é um casino ficou reforçada, segundo Eid. O professor defende que a Bolsa pode ser interessante para todo mundo, mas ganha dinheiro quem é disciplinado.
A existência de taxas de juros elevadas no Brasil é quase um convite a manter o dinheiro fora da Bolsa, segundo Michael Viriato, coordenador do Laboratório de Finanças do Insper. A relação entre o índice S&P 500 e o retorno de títulos nos Estados Unidos – vantajosa para a Bolsa – é o oposto do que ocorre no Brasil, segundo o professor.
Bovespa encerrou 2013 com 589.276 participantes, número 0,36% superior ao de 2012

- Número de participantes segue próximo da estabilidade desde 2010; alta taxa de juros é um dos causadores de desinteresse, segundo especialista

Segundo Eid, investir na Bolsa ainda é complicado, especialmente quando o investidor pensa que durante toda a sua vida ganhou mais na renda fixa. “Em 2007, prevíamos 70 mil pontos para a Bolsa. Hoje, está por volta dos 46 mil pontos e ladeira abaixo. É muito complicado. O sujeito olha para a Bolsa como um negócio de muito risco. Outro problema é que não conseguimos criar uma cultura de investimento de longo prazo”, afirmou.
De forma geral, as pessoas também não sabem como investir, segundo Viriato. “Às vezes a pessoa tem o dinheiro mas acha que Bolsa é para quem tem milhões”, afirmou. Para Viriato, um valor suficiente para uma pessoa diversificar seu portfólio e começar a investir na bolsa de valores é 50 mil reais.
Para Viriato, além do desconhecimento, há a má orientação com relação a investimentos e ao perfil adequado de investidor para a Bolsa de Valores. Há pessoas que não tem o perfil, por serem mais conservadoras. “Muita gente taxa a Bolsa como um grande jogo porque não conhece, é mal orientada e não tem o perfil adequado”, afirmou Viriato.
Eid cita ainda um fator cultural das empresas. Em países como o Brasil, Alemanha e Espanha, as companhias buscam os bancos para financiar seus projetos – enquanto nos EUA e Japão, por exemplo, elas procuram a Bolsa.

Segundo Viriato, para a pessoa investir diretamente em ações – e não através de fundos – é necessário haver uma das duas condições: ter alguém que oriente em que investir ou ter um conhecimento muito bom do mercado.
Por: Beatriz Olivon - repórter de Mercados de EXAME.com