Moacir Scliar médico especialista em saúde pública morre deixando uma legião de fãs, e de luto o Rio Grande do Sul, o Brasil e a ABL.
Escritor e professor universitário, o porto-alegrense de 73 anos era mais conhecido, pelo talento literário que encantou gaúchos e brasileiros.
A trajetória literária do filho de imigantes judeus, José e Sara Scliar, começou em 1971 quando escreveu o romance “A Guerra no Bom Fim”, que aborda a vida dos moradores do Bom Fim - bairro da capital gaúcha onde passou a infância - na época da Segunda Guerra Mundial. Ao todo, foram mais de 70 obras publicadas, entre crônicas, romances, ensaios e contos. Os livros do autor freqüentemente abordaram a imigração judaica no Brasil, mas também trataram de temas como o socialismo, a medicina e a vida da classe média.
A presidenta da República, Dilma Rousseff, também divulgou nota de pesar neste domingo. “Scliar foi um dos mais respeitados escritores do nosso país e foi um ícone da literatura gaúcha, brasileira e latino-americana", declarou a presidenta. Scliar faleceu deixando a esposa Judith Vivien Oliven, com quem casou em 1965, e o filho Roberto, nascido em 1979.Chamado pelo crítico argentino Alberto Manguel de “um dos melhores fabulistas brasileiros”, Scliar foi traduzido em mais de uma dezena de línguas, inclusive – de modo especialmente significativo para sua biografia – hebraico e russo. Deixa vaga a cadeira 31 da Academia Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 2003.
“A literatura não pode mudar o mundo, mas a minha geração achava que sim”, afirmou Scliar em entrevista de dois anos atrás. “Da mesma forma como acreditava a geração de Jorge Amado, Graciliano Ramos e Raquel de Queiroz. Em todo caso, se a literatura mudar pessoas, isso já é suficiente. E ela muda.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário