quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Repercussão da decisão de elevar a Selic pela oitava vez seguida

A reportagem a seguir demonstra o sentimneto de represenatntes de entidades obres a decisão do COPOM.

Economistas e entidades defendem corte gastos para controlar a inflação.
Taxa básica de juros subiu para 10,75% nesta quarta.

Simone Cunha - do  G1, em São Paulo
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar pela oitava vez seguida a taxa de juros básicos da economia, a Selic.
A elevação é defendida por alguns economistas que veem continuidade da pressão na alta dos preços, mas tanto eles quanto as entidades da sociedade civil cobram outras medidas do governo como a redução dos gastos para ajudar no combate à inflação e na atração de investimentos.

Veja as opiniões e análises sobre a alta:
Paulo Petrassi, gestor da Leme Investimentos e especialista em juros
Para mim, o recado (pelo que o BC divulgou no comunicado) é que há mais uma alta de 0,25 ponto percentual e para. O BC poderia ter dado deixa de que vai parar, mas deixa em aberto que podem vir ajustes e pode encerrar o ciclo de alta a 11%. Na conjuntura atual, parece uma decisão acertada, com números momentâneos de inflação mais tranquilos, mas pode haver mais pressão nos preços com a desaceleração da China e a mudança de política monetária dos EUA.
Márcio Neubauer, sócio diretor da Soma Invest
O consenso do mercado era esse e deve vir mais 0,25 p.p de alta em abril. É uma posição menos conservadora do BC, que vinha vindo de altas de 0,5, mas tanto uma elevação quanto a outra é o famoso morro acima. 2014, 2015 vai ser mais íngreme ainda e a decisão é subir bem devagarinho o morro. A gente tem um problema fiscal hoje, o Brasil gasta mais do que arrecada. A gente depende de capital externo, ele tem que vir e ele vai para onde está melhor.
Jason Vieira, economista da Moneyou
A questão é que o cenário precisa ser calibrado, ainda há perspectiva de alta de inflação, então pode ser que o BC volte a retomar as altas, apesar dos números mais recentes de inflação. Pode ser uma parada de ajuste. Tem tantas variáveis que não vão ser alteradas no curto prazo – como a reforma fiscal — e, por outro lado, outras que podem pressionar, como os serviços, energia, câmbio. Mais do que nunca, o BC vai ficar atento ao cenário externo porque está altamnte dependente do BC americano.
Nicola Tingas, economista chefe da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento)
O BC tem se saído bem ao andar numa corda bamba que é adminsitrar as conjunturas com fatores mais adversos ou a pressão atenuada num momento com quda de atividade, dólar mais baixo, o Fed fazendo ajuste gradual nos incentivos monetários. A gestão está sendo a possível porque as condições não são para trazer a inflação para 4,5% ao ano, o que não se faz no curto prazo nem no último ano de governo. Para isso, seria preciso medidas mais estruturais.
FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro)
Considerando que a Selic elevou-se em 50% nos últimos nove meses e os efeitos defasados deste movimento, para o Sistema Firjan, foi acertada a decisão de reduzir o ritmo de alta dos juros. O quadro econômico aponta para um PIB inferior a 2% este ano. Com uma política fiscal expansionista [com muitos gastos], a política monetária requerida para reduzir a inflação [alta de juros] imporá custos por demasiado elevados ao país em termos de investimentos, produção e geração de empregos.
Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
A elevação dos juros não é capaz de resolver sozinha a escalada dos preços. Para isso, o controle inflacionário precisa ser realizado, prioritariamente, por meio de um amplo ajuste fiscal na máquina pública, com cortes de gastos de custeio do governo e desoneração dos setores produtivos.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ficou escancarado que o governo não tem repertório para tocar a política econômica, depois da oitava alta consecutiva da Selic, reedita medidas do passado de uma forma errática e inexorável, parece que a prioridade é a eleição. Entendemos que a inflação e seus efeitos são conhecidos, mas surpreende a reação diante dela.
Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
Esse aumento vai desacelerar o já débil  crescimento econômico, colocando em risco a política de geração de empregos, melhoria dos salários dos trabalhadores e a distribuição de renda.

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